Diante do aumento expressivo de casos de sarampo nas Américas e da confirmação de casos no país vizinho, Bolívia, o governo do Acre decretou, nesta quarta-feira, 16, situação de emergência em saúde pública. A medida foi publicada no Diário Oficial do Estado (DOE) e tem validade de 90 dias.
O decreto leva em consideração o parecer epidemiológico da Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre), que aponta alto risco de reintrodução do sarampo no Acre, especialmente em razão das baixas coberturas vacinais, da alta taxa de abandono de esquemas vacinais e da proximidade com regiões em surto ativo da doença. Desde o ano 2000 o estado não registra nenhum caso da doença.
Com a publicação, a Sesacre passa a coordenar as ações de enfrentamento, com apoio prioritário dos demais órgãos da administração pública estadual. A medida permite a adoção de providências administrativas urgentes e a adição de normas complementares no decreto.
“Nós temos 11 casos que foram descartados, que estavam em investigação, e ainda seguimos em investigação de mais 4 casos, mas nenhum deles confirmado. A situação está sob controle, o decreto é uma medida estratégica para ter o Ministério da Saúde in loco fiscalizando o território e fazendo ações de forma integrada entre municípios, estado e o próprio Governo Federal, e, se necessário, viabilizando algum recurso de emergência”, explicou o secretário de estado de Saúde, Pedro Pascoal.
Os casos de sarampo estão acontecendo em diferentes faixas etárias, mostrando uma mudança no perfil da doença. Antes, o sarampo era visto principalmente como uma doença infantil, mas agora muitos casos são registrados não só em crianças menores de 5 anos, mas também em adolescentes entre 10 e 19 anos e jovens adultos de 20 a 29 anos.

Isso indica que essas pessoas não foram imunizadas na infância. Essa situação facilita a transmissão do vírus, principalmente em locais onde há muita convivência, como escolas, universidades e ambientes de trabalho.
O cenário internacional preocupa, uma vez que mais de 7 mil casos foram confirmados em países da América apenas nos primeiros seis meses de 2025, número 29 vezes maior que o registrado no mesmo período do ano anterior.
O sarampo, altamente contagioso e potencialmente fatal, voltou a representar ameaça global, especialmente em populações com baixa cobertura vacinal.
Com a declaração de emergência, o Estado poderá reforçar campanhas de imunização, acelerar a aquisição de insumos e mobilizar equipes de saúde em todo o território.
A Sesacre destaca ainda que a vacina contra o sarampo está disponível nas unidades básicas de Saúde de todo o estado e reforça a importância de manter a caderneta de vacinação atualizada.
Visando proteger a saúde da população, todas as medidas necessárias para enfrentar e controlar essa situação de emergência estão sendo tomadas de forma preventiva.
Por isso, a resposta do governo do Acre está pautada na intensificação das ações de vacinação, no fortalecimento da vigilância epidemiológica e na implementação de estratégias para o combate à desinformação, visando à proteção da população, com atenção especial às crianças, adolescentes e jovens adultos que apresentam esquemas vacinais incompletos.
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