Criada em 2005, a junina Matutos na Roça está completando 20 anos de história, com muitas vitórias em competições do circuito municipal, estadual e até nacional de quadrilhas. Durante o Arraial Cultural, a Matutos se apresenta com o tema A Força do Destino e promete comover o público. A apresentação será nesta quarta-feira, 25, às 20h, sendo a segunda apresentação da noite.

Sobre as conquistas, o coordenador-geral da quadrilha, José Carlos Lima, relata: “Somos a maior campeã do circuito junino de Rio Branco; também ganhamos duas vezes o estadual e seis vezes fomos vice-campeões do estadual; ficamos também em 5º lugar no festival nacional, sendo a melhor posição alcançada em se tratando de nacional”, relata.

Com relação à preparação para a competição estadual, Lima expõe: “As expectativas são as melhores, o festival de quadrilhas de Rio Branco começou na última sexta-feira, 20, com a competição do casal de Rei Rainha Mirim e a Rainha da Diversidade, e nós ganhamos as duas categorias. Então podem aguardar um bom espetáculo, vai ser uma apresentação de encher os olhos, encantando o público e gerando a emoção que as quadrilhas juninas trazem”, adianta.

Formado por moradores do bairro Aeroporto Velho e de outras localidades de Rio Branco, o grupo conta com a participação de membros de todas as faixas etárias. Atualmente, a Matutos reúne cerca de cem pessoas envolvidas no projeto de criação e desenvolvimento das apresentações juninas.
E, para garantir os recursos e um bom desempenho durante as apresentações, o grupo junino realiza suas atividades durante todo o ano, como reuniões, encontros e festividades, entre outras atividades, em prol de beneficiar o trabalho do grupo e estimular as relações sociais entre os brincantes.

A Matutos é um grupo social que ultrapassa o período junino, pois as relações entre os brincantes formam amizades, casamentos e filhos, constituindo uma família. Ao longo dos 20 anos, a participação das novas gerações vem promovendo a continuidade da cultura junina. Muitos filhos dos participantes cresceram acompanhando os ensaios e, com o passar do tempo, se tornaram membros ativos do grupo.

Desde 2018, os ensaios da quadrilha são realizados na quadra poliesportiva do bairro Aeroporto Velho, na capital. Com duração média de duas horas, são normalmente realizados de segunda a sexta-feira, entre as 22 horas e meia-noite. Nas proximidades do mês de junho, são intensificados, chegando até a madrugada.

Para arrecadar recursos para a produção da quadrilha, a Matutos na Roça realiza, desde 2008, o Arraial da Matutada, no mesmo local de ensaios e conta também com a participação de outras quadrilhas de Rio Branco. No espaço também são realizados baby chás, bingos e rifas.
Atualmente, os figurinos são feitos na residência do coordenador, com ajuda das costureiras da quadrilha e algumas contratadas, sendo um processo de produção que conta com a participação de muitos membros do grupo junino.
Tradição junina
Sendo uma das quadrilhas juninas mais tradicionais da capital acreana, a Matutos na Roça originou-se da quadrilha TchacaTchaca na Mutchaca, que já tinha 23 anos de tradição. Em 2005, houve uma mudança na coordenação do grupo, que decidiu mudar o nome da quadrilha. Assim, em 23 de abril do mesmo ano foi fundada a Matutos na Roça.

Em 2010, a Matutos na Roça ganhou seu primeiro prêmio estadual, ficando em quinto lugar na competição nacional.

Em 2013, a Matutos na Roça foi para o Tocantins representar o Acre. Também nesse ano se iniciou o processo de estilização da quadrilha.

Na Matutos, o período de transição do estilo “matuto” para o moderno teve início no ano de 2013, seguindo o modelo das quadrilhas juninas apresentadas no Nordeste do Brasil.
Outro fator que contribuiu para essas modificações foi o surgimento das leis de incentivo, que possibilitaram a aquisição de recursos financeiros mediante a criação de projetos culturais, por meio da Fundação de Cultura Elias Mansour.

Em 2017, a quadrilha trouxe uma roupagem ainda mais inovadora, investindo em pedrarias e acessórios que remetem ao luxo e à elegância no visual da quadrilha, utilizando o mesmo modelo de saia dos dois anos anteriores, mas com alteração no tecido utilizado, garantindo mais leveza e movimento.

No decorrer dos anos, o figurino do grupo prossegue evoluindo, conforme o projeto de cada espetáculo, acompanhando a tendência das quadrilhas nordestinas, que são referência na cultura brasileira.
“Durante esses 20 anos, estamos acompanhando a evolução do movimento junino, sem perder o tradicional, sem perder a beleza, sem perder a cultura quadrilheira. Ao longo dos anos, a gente vai inovando, mas sem perder a essência”, afirma o coordenador.
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