O colorido das quadrilhas juninas voltou a tomar conta da Gameleira, em Rio Branco, na noite desta terça-feira, 24, e segue até o domingo, 29, no Arraial Cultural 2025, com o tradicional Concurso Estadual de Quadrilhas Juninas. São seis noites gratuitas de dança, música e comidas típicas, reunindo grupos da capital e do interior que disputam notas de harmonia, coreografia, figurino, originalidade e o clássico casamento matuto.

Entre as estrelas do tablado está a Quadrilha Junina Farofa de Capeta, fundada em 1995 pelo grupo católico Juventude Unida do Bairro do Bosque (JUBB). “A tradicional Junina Farofa de Capeta desempenha um papel importante na valorização da cultura popular brasileira, passando esses costumes para as novas gerações e fortalecendo os laços comunitários”, afirma o coordenador geral Denizo Xavier.

Com 60 integrantes, o grupo coleciona oito títulos municipais e cinco intermunicipais conquistados em Xapuri, Plácido de Castro, Manoel Urbano e outras cidades, ensaia três vezes por semana na Secretaria Municipal de Assistência Social (SEMAS) de Sena Madureira e duas vezes na quadra da Praça do Bosque do município, e chega motivado para buscar mais um troféu.

Para este ano, Denizo revela o enredo: “Em 2025, apresentaremos Burro de Carga – O Fardo Nosso de Cada Dia, um projeto que usa a metáfora do animal para refletir sobre milhões de brasileiros que enfrentam desigualdades sociais e econômicas, carregando fardos além de sua capacidade”, explica.

Ele acrescenta que a montagem pretende provocar empatia e debate sobre precarização do trabalho e exclusão social, sem abrir mão do humor, do figurino vibrante e da coreografia típica que consagraram a quadrilha.
Segundo Denizo, as expectativas para o Arraial Cultural “são extremamente positivas”. Ele avalia que o evento “valoriza as tradições populares, reforça a identidade cultural local e promove integração comunitária por meio da arte”. A competição deve repetir o formato dos últimos anos, com até 16 quadrilhas na disputa, premiação em dinheiro e credencial para o campeonato nacional em Brasília.

A Fundação Elias Mansour (FEM) divulgou a ordem de apresentações no último dia 18 de junho.
Quadrilha junina
A quadrilha nasceu como “quadrille”, dança de salão francesa do século XVIII, chegou ao Brasil no início do XIX pelas cortes portuguesas e, ao longo de dois séculos, incorporou ritmos indígenas, africanos e nordestinos, ganhando status de manifestação cultural nacional em 2024. No Acre, a tradição foi trazida por migrantes nordestinos no fim do século XIX e, desde março deste ano, 20 grupos, oito deles só em Rio Branco, passaram a ser reconhecidos por lei como patrimônio cultural do Estado.
The post Junina Farofa de Capeta levará mensagem social à arena do Arraial Cultural appeared first on Noticias do Acre.